quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Questões ENEM 2015 - Códigos e Linguagens - Arte

1) O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o nome de cultura hip hop . O break dancing
surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. As linguagens do rap , do break dancing e do grafite se tornaram os pilares da cultura hip hop.
DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na
socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG. 2005 (adaptado).

Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos

a) retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados.
b) improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana.
c) suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos.
d) ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto.
e) cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais.

2)
 Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do Veterinário... Muitas são as datas comemoradas ao longo do ano e elas, ao darem visibilidade a segmentos sobre a responsabilidade social desses segmentos. Nesse contexto, está inserida a propaganda da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em que se combinam elementos verbais e não verbais para se abordar a estreita relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Sobre essa relação, depreende-se do texto da ABI que, 
A para a imprensa exercer seu papel social, ela deve transformar opinião em informação. 
B para a imprensa democratizar a opinião, ela deve selecionar a informação. 
C para o cidadão expressar sua opinião, ele deve democratizar a informação.
 D para a imprensa gerar informação, ela deve fundamentar-se em opinião.
 E para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter acesso à informação. 


Texto I

3) 

TEXTO II
Lucian Freud é, como ele próprio gosta de relembrar às pessoas, um biólogo. Mais propriamente, tem querido registrar verdades muito específicas sobre como é tomar posse deste determinado corpo nesta situação particular, neste específico espaço de tempo.
SMEE, S. Freud. Köln: Taschen, 2010.
Considerando a intencionalidade do artista, mencionada no Texto II, e a ruptura da arte no século XX com o parâmetro acadêmico, a obra apresentada trata do(a)
A) exaltação da figura masculina.
B) descrição precisa e idealizada da forma.
C) arranjo simétrico e proporcional dos elementos.
D) representação do padrão do belo contemporâneo.
E) fidelidade à forma realista isenta do ideal de perfeição.

4) 

As formas plásticas nas produções africanas conduziram artistas modernos do início do século XX, como Pablo Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas vanguardas. A máscara remete à:
A) preservação da proporção.
B) idealização do movimento.
C) estruturação assimétrica.
D) sintetização das formas.
E) valorização estética.

5) Na exposição "A Artista Está Presente", no MoMA, em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante. Em 2010, de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas, ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas recorrentes.
ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013.
O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendências contemporâneas e se caracteriza pela
A) inovação de uma proposta de arte relacional que adentra um museu.
B) abordagem educacional estabelecida na relação da artista com o público.
C) redistribuição do espaço do museu, que integra diversas linguagens artísticas.
D) negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage.
E) aproximação entre artista e público, o que rompe com a elitização dessa forma de arte.

6) 
MAGRITTE, R. A reprodução proibida.

Óleo sobre tela, 81,3 x 65 cm. Museum Boijmans Van Buningen, Holanda, 1937.
O Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artísticas europeias do início do século XX. René Magritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas produções. Um traço do Surrealismo presente nessa pintura é o(a) 
a) justaposição de elementos díspares, observada na imagem do homem no espelho. 
b) crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do homem olhando sempre para frente. 
c) construção de perspectiva, apresentada na sobreposição de planos visuais. 
d) processo de automatismo, indicado na repetição da imagem do homem. 
e) procedimento de colagem, identificado no reflexo do livro no espelho.


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LEONILSON
1957 - 1993
O Recruta O Aranha O Penélope
bordado sobre feltro 18 x 35,5 cm 1992
Reproduzido à página 85 do Catálogo da Exposição "O fio da trama" - New York 2002 e Miami 2002.
7) 
A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca presença no panorama da arte brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado manual para:
A) obtenção das linhas retas paralelas.
B) valorização do tracejado retilíneo.
C) exploração de diferentes texturas.
D) obtenção do equilíbrio assimétrico.
E) inscrição homogênea das formas e palavras.

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"A carioca" - Pedro Américo.
8) 
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e obsceno: o alto — uma beleza imaterial — e o baixo — uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia — nem mulata ou negra — poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.
O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao trabalho do artista.
B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma vertente artística.
E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram da temática.

9) No século XVIII, a arte brasileira, mais especificamente a de Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica e um estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras caracterizadas por peculiaridades que são identificadas por meio
A) do emprego de materiais oriundos da Europa e da interpretação realista dos objetos representados.
B) do uso de recursos materiais disponíveis no local e da interpretação formal com características próprias.
C) da utilização de recursos materiais vindos da Europa e da homogeneização e linearidade representacional.
D) da observação e da cópia detalhada do objeto representado e do emprego de materiais disponíveis na região.
E) da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da interpretação idealizada e linear dos objetos representados.

10) A dança moderna propõe em primeiro lugar o conhecimento de si e o autodomínio. Minha proposta é esta: através do conhecimento e do autodomínio chego à forma, à minha forma — e não o contrário. É uma inversão que muda toda a estética, toda a razão do movimento. A técnica da dança tem apenas uma finalidade: preparar o corpo para responder à exigência do espírito artístico.
VIANNA, K.; CARVALHO, M. A. A dança. São Paulo: Siciliano, 1990.
Na abordagem dos autores, a técnica, o autodomínio e o conhecimento do bailarino estão a serviço da
A) padronização do movimento da dança.
B) subordinação do corpo a um padrão.
C) concretização da criação pessoal.
D) ideia preconcebida de forma.
E) busca pela igualdade entre os bailarinos.

11) 

QUESTÃO 111

Ao se apossarem do novo território, os europeus ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos por um sistema integrado. A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma descrição simplista desses grupos e à sua sucessiva destruição.
Na verdade, não existe uma distinção entre a nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem ser encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir e pensar das várias sociedades, mas também como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos comuns.
SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra do redescobrimento: arqueologia. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil 500 anos artes visuais, 2000.

12) Yaô
Aqui có no terreiro
Pelú adié
Faz inveja pra gente
Que não tem mulher
No jacutá de preto velho
Há uma festa de yaô
Ôi tem nêga de Ogum
De Oxalá, de lemanjá
Mucama de Oxossi é caçador
Ora viva Nanã
Nanã Buruku
Yô yôo
Yô yôoo
No terreiro de preto velho iaiá
Vamos saravá (a quem meu pai?)
Xangô!
VIANA, G. Agó, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.
A canção Yaô foi composta na década de 1930 por Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que escreveu a letra. O texto mistura o português com o iorubá, língua usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil.



1)   B
2)   E
3)   E
4)   D
5)   D
6)   A
7)   D
8)   C
9)   B
10) C
11) C
12) B