domingo, 27 de agosto de 2017

Arte Africana


A África é um continente de grande diversidade cultural e tem forte conexão com a cultura brasileira. Os africanos valorizam tanto a religião quanto a moral. Acreditam também que o homem precisa respeitar a natureza, a vida e os outros homens para que não sejam punidos pelos espíritos com secas, enchentes, doenças, pestes, morte etc.
A África é um continente formado por 53 países e muitos grupos étnicos. Muitos desses grupos criam máscaras, as quais têm significados. Elas podem transformar a imagem das pessoas!

A escultura foi amplamente usada pelos artistas africanos utilizando o ouro, bronze, marfim e a madeira.

As máscaras na África são apenas uma parte de um grande espetáculo. O espetáculo inclui costumes, dança, som, e é claro artistas e um público. Exemplos de máscaras:
Máscara Dan

Máscara Kanaga

Máscara Kuba


A África tem grande influência em nosso país:

- A capoeira, que foi criada logo após a chegada ao Brasil na época da escravização como luta defensiva, porém foi proibida até 1937.

- Algumas palavras como: mochila,  moleque, quiabo, fubá, caçula, angu, cachaça, dengoso, quitute, berimbau e maracatu são palavras do vocabulário brasileiro com origem africana.
No aspecto religioso os africanos buscaram sempre manter suas tradições de acordo com os locais de onde haviam saído do continente africano. Entretanto, a necessidade de aderirem ao catolicismo levou diversos grupos de africanos a misturarem as religiões do continente africano com o cristianismo europeu, processo conhecido como sincretismo religioso. São exemplos de participação religiosa africana o candomblé, a umbanda, a quimbanda e o catimbó.
Algumas divindades religiosas africanas ligadas às forças da natureza ou a fatos do dia a dia foram aproximadas a personagens do catolicismo. Por exemplo, Iemanjá, que para alguns grupos étnicos africanos é a deusa das águas, no Brasil foi representada por Nossa Senhora. Xangô, o senhor dos raios e tempestades, foi representado por São Jerônimo.
São exemplos culinários da influência africana o vatapá, acarajé, pamonha, mugunzá, caruru, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê.
O samba, afoxé, maracatu, congada, lundu e a capoeira são exemplos da influência africana na música brasileira que permanecem até os dias atuais. A música popular urbana no Brasil Imperial teve nos escravos que trabalhavam como barbeiros em Salvador e Rio de Janeiro uma de suas mais ricas expressões. Instrumentos como o tambor, atabaque, cuíca, alguns tipos de flauta, marimba e o berimbau também são heranças africanas que constituem parte da cultura brasileira. Cantos, como o jongo, ou danças, como a umbigada, são também elementos culturais provenientes dos africanos.
Exemplos de artistas, escritores e intelectuais:

Picasso:
Pablo Picasso teria sido influenciado pela Àfrica. Ele dizia que "A África o havia contagiado".
Outros artistas modernos e a arte africana
Além de Pablo Picasso (1881-1973), diversos outros artistas ocidentais do século XX também assimilaram criativamente a influência da arte africana, permitindo que ela renovasse seus próprios meios de expressão. Um desses artistas foi Henri Matisse. A escultura matissiana é especialmente inspirada na estatuária africana – particularmente a partir de algumas peças que o artista francês adquirira em 1906. Matisse teve um interesse vital na arte africana e coletou objetos de arte africanos. Ele visitou Marrocos em 1911, onde criou um estúdio em Tânger. Ele introduziu Picasso na arte africana em 1907. Isso teve um efeito profundo no desenvolvimento do cubismo de Picasso e alterou irrevogavelmente o curso da arte moderna européia.


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cubismo





Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da natureza, tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia: “Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a árvore da paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as referências exteriores que as identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte.
Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características:
  • geometrização das formas e volumes
  • renúncia à perspectiva
  • o claro-escuro perde sua função
  • representação do volume colorido sobre superfícies planas
  • sensação de pintura escultórica
  • cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave
Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne deram inicio à geometrização dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salão de Outono de 1908, onde Matisse, como membro do júri, os viu e comentou: “Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”. Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento.
O cubismo se divide em duas fases:
Cubismo Analítico – (1909) caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.
Cubismo Sintético – (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis.  Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Principais artistas:
Pablo Picasso (1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande  origina muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africanas compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista.
Também destacamos a obra Guernica que foi mostrada pela primeira vez na Exposição Internacional de Paris, em 1937. Foi concebido e executado com grande rapidez em seu estúdio em Paris. Picasso pretendia que seu quadro fosse uma denúncia contra a s mortes que estavam destruindo a Espanha na terrível Guerra Civil (1936-39), e contra a perpétua desumanidade do Homem.  A motivação imediata do quadro foi a destruição de Guernica, capital da região basca, no dia da feira da cidade, 26 de abril de 1937. Em plena luz do dia, os aviões nazistas, sob as ordens do general Franco, atacaram a cidade indefesa. De seus 7 mil habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos.
Algumas frases de Pablo Picasso:
“A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, por ocasião de uma mostra, vê algumas de suas telas antigas novamente, é como se ele estivesse reencontrando filhos pródigos – só que vestidos com túnica de ouro”.
“A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade”.
“Braque sempre disse que na pintura só conta a intenção. É verdade. O que conta é aquilo que se faz. É isso o importante. O que era afinal o mais importante no cubismo, era aquilo que se queria fazer, a intenção que se tinha. E isso não se pode pintar”.
“Nada pode ser criado sem a solidão. Criei em meu redor uma solidão que ninguém calcula. É muito difícil hoje em dia estar-se sozinho, pois existem relógios. Já alguma vez se viu um santo com relógio?”
Georges Braque (1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras (fovismo. No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.
Também temos Juan Gris, Fernand Léger, Robert Delaunay
Fonte https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/cubismo/

Impressionismo

Impressionismo: Nascer do Sol, obra de Claude Monet (1872).
"Impressão sol nascente" Claude Monet (1872)
Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista. O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, “Impressão, nascer do sol”, de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy: “Impressão, nascer do Sol – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha…” A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando na pintura.
O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol e foi realizado no jardim da casa do artista, em Giverny.
O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.
Principais características da pintura:
  • A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
  • As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.
  • As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
  • Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
  • As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas, o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.
Este foi o nome dado a uma exposição paralela ao Salon de Paris, em 1863. No Salon des Refusés (Salão dos Recusados, em francês), foram expostas as obras de arte recusadas no salão oficial, que era destinado aos artistas membros da Real Academia Francesa de Pintura e Escultura.

A exposição paralela foi organizada por determinação do imperador Napoleão III, em resposta aos fortes protestos dos artistas recusados. Acabou atraindo grande público, que visitou a mostra disposto a ridicularizar as obras dos recusados, dentre eles Manet e Cézanne.

Apesar da reação desfavorável aos trabalhos expostos, o Salon des Refusés passou a ser um forte concorrente ao salão da academia e, a partir daquele ano, muitos artistas passaram a organizar exposições independentes, dentre eles, destacam-se os impressionistas, em 1874.

Assim, o Salão dos Recusados é tido como um marco para o surgimento da pintura moderna.
Principais artistas:
Claude Monet (1840-1926) francês e o mais célebre dos impressionistas. Foi incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia e em várias épocas do ano, a fim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade. Monet teve uma catarata no fim da sua vida. A doença o atacou por causa das muitas horas com seus olhos expostos ao sol. Durante sua doença Monet não parou de pintar, usou nessa época de sua vida cores mais fortes como o vermelho-carne e vermelho goiaba, cor tijolo, entre outros verdes, rosas, vermelhos e cores mais fortes. Em 1911, com o falecimento de Alice, sua esposa, e seu problema de visão, Monet perdeu um pouco a vontade de viver e pintar.
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) foi o pintor francês impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas.
Edgar Degas (1834-1917) parisiense, sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados.
Além desses, ainda temos: Cézanne, Manet, Sisley, Pissarro e Berthe Morisot.
No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos, procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura brasileira.
ESCULTURA
Assim como a pintura, a escultura trouxe uma grande inovação na sua linguagem. Os três conceitos básicos dessa inovação foram:
  • A fusão da luz e das sombras;
  • A ambição de obter estátuas visíveis a partir do maior número possível de ângulos;
  • Obra inacabada, como exemplo ideal do processo criativo do artista.
Os temas da escultura impressionista, como na pintura, surgiram do ambiente cotidiano e da literatura clássica em voga na época.

Fonte http://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/claude-monet/

domingo, 20 de agosto de 2017

Artes Cênicas


As Artes Cênicas são formas de representação apresentadas como performance, teatro, intervenções teatrais, happenings, circo e outras manifestações onde o corpo do ator é o suporte para a criação teatral. 
As Artes Cênicas são consideradas como a expressão mais completa porque podemos integrar a dança e a música na interpretação do artista.
Existem apresentações em palcos ou lugar destinado a espectadores. Porém, também podemos assistir tais apresentações em locais públicos. O palco é compreendido como qualquer local onde acontece uma representação, sendo assim, estas podem acontecer tanto em praças como em ruas.
Podemos dividir o Teatro em cinco gêneros: Trágico, Dramático, Cômico, Musical e Dança.
O gênero Trágico imita a vida por meio de ações completas.
O Drama descreve os conflitos humanos. 
A comédia apresenta o lado irônico e contraditório. 
O Musical é desenvolvido através de músicas, não importa se a história é cômica, dramática ou trágica. 
A dança utiliza-se da música e das expressões propiciadas pela “mímica”.

Arte Moderna

Arte Moderna
Tarsila do Amaral - "Operários"/ 1933


O moderno não se define pelo tempo presente - nem toda a arte do período moderno é moderna -, mas por uma nova atitude e consciência da modernidade, declara Baudelaire, em 1863, ao comentar a pintura de Constantin Guys (1802 - 1892). A modernização de Paris - traduzida nas reformas urbanas implementadas por Haussmann, entre 1853 e 1870 - relaciona-se diretamente à sociedade burguesa que se define ao longo das revoluções de 1830 e 1848. A ascensão da burguesia traz consigo a indústria moderna, o mercado mundial e o livre comércio, impulsionados pela Revolução Industrial. A industrialização em curso e as novas tecnologias colocam em crise o artesanato, fazendo do artista um intelectual apartado da produção. "Com a industrialização, esse sistema entra em crise", afirma o historiador italiano Giulio Carlo Argan, "e a arte moderna é a própria história dessa crise."
O trajeto da arte moderna no século XIX acompanha a curva definida pelo Romantismo, Realismo e Impressionismo. Os românticos assumem uma atitude crítica em relação às convenções artísticas e aos temas oficiais impostos pelas academias de arte, produzindo pinturas históricas sobre temas da vida moderna. A Liberdade Guiando o Povo (1831), de Eugène Delacroix (1798 - 1863), trata da história contemporânea em termos modernos. O tom realista é obtido pela caracterização individualizada das figuras do povo. O emprego livre de cores vivas, as pinceladas expressivas e o novo emprego da luz, por sua vez, recusam as normas da arte acadêmica. O realismo de Gustave Courbet (1819 - 1877) exemplifica, um pouco mais tarde, outra direção tomada pela representação do povo e do cotidiano. As três telas do pintor expostas no Salão de 1850, Enterro em OrnansOs Camponeses em Flagey e Os Quebradores de Pedras, marcam o compromisso de Courbet com o programa realista, pensado como forma de superação das tradições clássica e romântica, assim como dos temas históricos, mitológicos e religiosos.
O rompimento com os temas clássicos vem acompanhado na arte moderna pela superação das tentativas de representar ilusionisticamente um espaço tridimensional sobre um suporte plano. A consciência da tela plana, de seus limites e rendimentos inaugura o espaço moderno na pintura, verificado inicialmente com a obra de Éduard Manet (1832 - 1883). Segundo o crítico norte-americano Clement Greenberg, "as telas de Manet tornaram-se as primeiras pinturas modernistas em virtude da franqueza com a qual elas declaravam as superfícies planas sob as quais eram pintadas". As pinturas de Manet, na década de 1860, lidam com vários temas relacionados à visão baudelairiana de modernidade e aos tipos da Paris moderna: boêmios, ciganos, burgueses empobrecidos etc. Além disso, obras como Dejeuner sur L´Herbe [Piquenique sobre a relva] (1863) desconcertam não apenas pelo tema (uma mulher nua, num bosque, conversa com dois homens vestidos), mas também pela composição formal: as cores planas sem claro-escuro nem relevos; a luz que não tem a função de destacar ou modelar as figuras; a indistinção entre os corpos e o espaço num só contexto. As pesquisas de Manet são referências para o impressionismo de Claude Monet (1840 - 1926), Pierre Auguste Renoir (1841 - 1919), Edgar Degas (1834 - 1917), Camille Pissarro (1831 - 1903), Paul Cézanne (1839 - 1906), entre muitos outros. A preferência pelo registro da experiência contemporânea, a observação da natureza com base em impressões pessoais e sensações visuais imediatas, a suspensão dos contornos e dos claro-escuros em prol de pinceladas fragmentadas e justapostas, o aproveitamento máximo da luminosidade e uso de cores complementares favorecidos pela pintura ao ar livre constituem os elementos centrais de uma pauta impressionista mais ampla explorada em distintas dicções. Um diálogo crítico com o impressionismo estabelece-se, na França, com o fauvismo de André Derain (1880 - 1954) e Henri Matisse (1869 - 1954); e, na Alemanha, com o expressionismo de Ernst Ludwig Kirchner (1880 - 1938), Emil Nolde (1867 - 1956) e Ernst Barlach (1870 - 1938).
O termo arte moderna engloba as vanguardas européias do início do século XX - cubismoconstrutivismosurrealismodadaísmosuprematismoneoplasticismofuturismo etc. - do mesmo modo que acompanha o deslocamento do eixo da produção artística de Paris para Nova York, após a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), com o expressionismo abstrato de Arshile Gorky (1904 - 1948) e Jackson Pollock (1912 - 1956). Na Europa da década de 1950, as reverberações dessa produção norte-americana se fazem notar nas diversas experiências da tachismo. As produções artísticas das décadas de 1960 e 1970, segundo grande parcela da crítica, obrigam a fixação de novos parâmetros analíticos, distantes do vocabulário e pauta modernistas, o que talvez indique um limite entre o moderno e o contemporâneo. No Brasil, a arte moderna - modernista - tem como marco simbólico a produção realizada sob a égide da Semana de Arte Moderna de 1922. Já existe na crítica de arte brasileira uma considerável produção que discute a pertinência da Semana de Arte Moderna de 1922 como divisor de águas.



Arte Urbana

Arte Urbana (street art, em inglês) designa uma arte encontrada nos meios urbanos, seja por meio de intervenções, performances artísticas, grafite, dentre outras.
Note que essa manifestação artística pública que interage com o ser humano, é encontrada onde o cidadão comum poderá se deparar com a diversidade cultural que abrigam os centros urbanos, sem necessariamente ter se dirigido a um centro cultural.
Com efeito, a Arte Urbana representa o encontro da vida com a arte, ou melhor, a fusão de ambas.


Origem da Arte Urbana

Esse tipo de expressão artística espalhada por todo o mundo, surgiu nos Estados Unidos, na década de 70, e possui um caráter dinâmico e efêmero, os quais podem ser imortalizadas pela fotografia.
No entanto, estudiosos afirmam que essa arte remonta períodos muito antigos, uma vez que os gregos e romanos já transmitiam mensagens pelas ruas da cidade bem como possuíam muitos artistas nos centros urbanos (música, teatro, dança).
A central proposição da arte urbana é justamente sair dos lugares ditos “consagrados”, ou seja, destinados à exposição e apresentações artísticas (equipamentos culturais: teatro, cinemas, bibliotecas, museus), para dar visibilidade a arte cotidiana, espalhada pelas ruas.
Os temas utilizados pelos artistas de rua são bem diversos, no entanto, muitos trabalhos estão pautados em críticas sociais, políticas e econômicas.
Importante analisar o crescimento da arte urbana nos últimos tempos, de forma que passa a ser vista como um “valor cultural” muito importante das minorias que vivem nos centros urbanos, e anseiam em mostrar sua arte.
Assim, essas manifestações populares permitem o encontro com a arte independente, apesar de muitos artistas de ruas, terem se consagrado mundialmente, reconhecidos pela mídia, indústria e diversos meios de comunicação em massa.
Arte Urbana no Brasil
No Brasil, a arte de rua surge na década de 70, mais precisamente com as obras de grafite nas paredes da cidade de São Paulo. Curiosamente surgiu numa época conturbada da história do país, com o advento da Ditadura Militar.
Note que no início era uma arte marginalizada, entretanto, adquiriu posição de destaque no mercado de arte, com diversos artistas do país consagrados pelo mundo.
Ainda que o trabalho do artista de rua não seja reconhecido por muitos, importante destacar a importância e relevância do artista para a sociedade.
Importante notar que muitos problemas são enfrentados pelos artistas de rua, tal qual a proibição de manifestações artísticas em locais públicos.

Exemplos de Arte Urbana

Diversas técnicas são utilizadas pelos artistas de rua, embora a intervenção “grafite” seja a mais associada ao tema de arte de rua. Segue abaixo alguns exemplos de arte urbana.
  • Grafite: desenhos estilizados geralmente feitos com sprays nas paredes de edifícios, túneis, ruas. Há muitas técnicas de grafite e atualmente os trabalhos em 3d chamam a atenção dos críticos.
  • Estêncil: parecido com o grafite, esse tipo de técnica utiliza o papel recortado como molde e o spray para fixar as ilustrações e desenhos nas ruas, postes, paredes.
  • Poemas: qualquer tipo de manifestação literária que surge no ambiente urbano, seja nos bancos, paredes, postes.
  • Autocolantes e Colagem: chamado de “sticker art” (arte em adesivo), esse tipo de arte utiliza a aplicação de adesivos pela cidade.
  • Cartazes: Muito comum esse tipo de intervenção urbana, também chamada de "cartazes lambe-lambe", donde se fixam cartazes (papel e cola) pela cidade, sejam em postes, praças, edifícios, feitos manualmente ou impressos.
  • Estátuas Vivas: muito encontrado nas grandes cidades como forma de entretenimento turístico, as estátuas vivas realizam um importante trabalho com o corpo, os quais permanecem estáticos durante longo tempo, realizando pequenos movimentos. Geralmente estão pintados e caracterizados.
  • Apresentações: essas apresentações de rua podem ser de caráter teatral, musical, circense (malabaristas, palhaços, etc.), sendo trabalhos solos ou em grupos.
  • Instalações: são inúmeros tipos de instalações artísticas como exemplos de arte de rua, sejam objetos, materiais distintos, com o intuito de provocar uma mudança no cenário já existente.