Hipertexto
refere-se a um texto em formato digital,
ao qual se agregam blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo
acesso nos leva a termos específicos denominados hiperlinks,
ou simplesmente links. Esses links
são destacados no texto principal, ícones
gráficos ou imagens e têm a função de interconectar informações, as quais esclarecem
o assunto abordado. O conceito de "linkar" ou de "ligar"
textos foi criado por Ted Nelson nos anos 1960 e teve como influência o
pensador francês Roland Barthes. Conforme o próprio, o termo
correto seria hipermídia por significar ramificações complexas e gráficos,
filmes e sons responsivos.
De acordo com Burke e Chartier, as primeiras
manifestações hipertextuais ocorrem nos séculos XVI e XVII através de
manuscritos e marginalia. Os primeiros sofriam alterações quando eram
transcritos pelos copistas e assim caracterizavam uma espécie de escrita
coletiva. Os segundos eram anotações realizadas pelos leitores nas margens das
páginas dos livros antigos, permitindo assim uma leitura não-linear do texto.
Essas marginalia eram posteriormente transferidas para cadernos de
lugares-comuns para que pudessem ser consultadas por outros leitores.
De acordo com Bush, o pensamento humano não
funciona de maneira linear, mas sim através de associações.
Douglas Engelbart, o pioneiro no uso do mouse, auxiliou na propagação do
hipertexto.
O
trabalho com hipertexto pode
impulsionar o aluno à pesquisa e à produção textual. O hipertexto como ferramenta
facilita a aprendizagem, pois ao tentar localizar uma informação, os usuários
de hipertexto, participam de um processo de busca e construção do conhecimento,
forma de aprendizagem considerada como mais duradoura e transferível do que
aquela direta e explícita.
A relação
entre Educação e mídias digitais se faz a partir da popularização da internet,
mediante o uso intenso da linguagem html, que possibilitou a montagem de rede
hipertextuais, com links. Com o uso de hipertexto, conexões
disponibilizam material de referência, independente do tema de interesse, com
construção de base de dados cujo acesso associativo forma uma verdadeira rede
de conceitos e exemplos.
No meio
acadêmico-científico, a organização das informações são artificiais, pois
tendem a uma hierarquização forjada. A disposição das informações no meio
reticular da internet, com o auxílio dos hiperlinks, disponibiliza os conteúdos
relacionados conforme seu desenvolvimento, a partir da ideia de que hipertextos
transformam automaticamente palavra em texto escrito. Dessa maneira, são como
as associações na mente humana, que se movimenta de uma representação pra outra
ao longo de uma rede intricada.
Conforme
Pierre Lévy, os conteúdos tendem à digitalização, que conecta numa mesma rede o
cinema, o jornalismo, a música e as telecomunicações, deixando o tratamento
físico dos dados em segundo plano. Assim, "ao entrar em um espaço
interativo e reticular de manipulação, associação e leitura, a imagem e o som
adquirem um estatuto de quase-textos", o que amplia as ferramentas de
ensino e discussão.
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