sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Questões do ENEM - Arte 2014




1) A charge datada de 1910, ao retratar a implantação da rede telefônica no Brasil, indica que esta
a) Permitiria aos índios se apropriarem da telefonia móvel
b) Ampliaria o contato entre a diversidade de povos indígenas.
c) Faria a comunicação sem ruídos entre grupos sociais distintos.
d) Restringiria a sua área de atendimento aos estados do norte do país.
e) Possibilitaria a integração das diferentes regiões do território nacional.


2) Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à 

a) ideia de progresso. 
b) concentração do capital. 
c) noção de sustentabilidade. 
d) organização dos sindicatos. 
e) obsolescência dos equipamentos.

3) 

3) A discussão levantada na charge, publicada logo após a promulgação da Constituição de 1988, faz referência ao seguinte conjunto de direitos:


a) Civis, como o direito à vida, à liberdade de expressão e à propriedade.
b) Sociais, como direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância.
c) Difusos, como direito à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente saudável.
d) Coletivos, como direito à organização sindical, à participação partidária e à expressão religiosa.
e) Políticos, como o direito de votar e ser votado, à soberania popular e à participação democrática.

4) O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira (15) como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O veredicto foi dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. O presente do Iphan e do conselho ressaltou que a técnica de fabricação artesanal do queijo está “inserida na cultura do que é ser mineiro”.
Folha de S. Paulo, 15 maio 2008.
Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:
a) Mosteiro de São Bento (RJ)

b) Tiradentes esquartejado (1893), de Pedro América
c) Ofício das paneleiras de Goiabeiras (ES)
d) Conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade de Ouro Preto (MG)
e) Sítio arqueológico e paisagístico da Ilha do Campeche (SC)
5) 

Opportunity é o nome de um veículo explorador que aterrissou em Marte com a missão de enviar informações à Terra. A charge apresenta uma crítica ao(à)

A gasto exagerado com o envio de robôs a outros planetas. 
B exploração indiscriminada de outros planetas. 
C circulação digital excessiva de autorretratos. 
D vulgarização das descobertas espaciais. 
E mecanização das atividades humanas

6) 



Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por Iotti no intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a charge, ao explorar 
A uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti quanto da obra de Picasso. 
B uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista brasileiro. 
C um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo caótico presente tanto em Guernica quanto na charge. 
D uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à permanência de tragédias retratadas tanto em Guernica quanto na charge. 
E uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto do trânsito brasileiro. 

7) Cordel resiste à tecnologia gráfica 
O Cariri mantém uma das mais ricas tradições da cultura popular. É a literatura de cordel, que atravessa os séculos sem ser destruída pela avalanche de modernidade que invade o sertão lírico e telúrico. Na contramão do progresso, que informatizou a indústria gráfica, a lira Nordestina, de Juazeiro do Norte, e a Academia dos cordelistas do Crato conservam, em suas oficinas, velhas máquinas para impressão dos seus cordéis.A chapa para impressão do cordel é feita à mão, letra por letra, um trabalho artesanal que dura cerca de uma hora para confecção de uma página. Em seguida, a chapa é levada para a impressora, também manual, para imprimir. A manutenção desse sistema antigo de impressão faz parte da filosofia do trabalho. A outra etapa é a confecção da xilogravura para a capa do cordel.
As xilogravuras são ilustrações populares obtidas por gravuras talhadas em madeira. A origem da xilogravura nordestina até hoje é ignorada. Acredita-se que os missionários portugueses tenham ensinado sua técnica aos índios, como uma atividade extra-catequese, partindo do princípio religioso que defende a necessidade de ocupar as mãos para que a mente não fique livre, sujeita aos maus pensamentos, ao pecado. A xilogravura antecedeu ao clichê, placa fotomecanicamente gravada em relevo sobre metal, usualmente zinco, que era utilizada nos jornais impressos em rotoplanas.
VICELMO, A. Disponível em: www.onordeste.com. Acesso em: 24 fev. 2013 (adaptado).
A estratégia gráfica constituída pela união entre as técnicas da impressão manual e da confecção da xilogravura na produção de folhetos de cordel
A realça a importância da xilogravura sobre o clichê. 
B oportuniza a renovação dessa arte na modernidade. 
C demonstra a utilidade desses textos para a catequese. 
D revela a necessidade da busca das origens dessa literatura. 
E auxilia na manutenção da essência identitária dessa tradição popular.

8) Era um dos meus primeiros dias na sala de música. Afim de descobrirmos o que deveríamos estar fazendo ali, propus à classe um problema. Inocentemente perguntei: — O que é música?

Passamos dois dias inteiros tateando em busca de uma definição. Descobrimos que tínhamos de rejeitar todas as definições costumeiras porque elas não eram suficientemente abrangentes.
O simples fato é que, à medida que a crescente margem a que chamamos de vanguarda continua suas explorações pelas fronteiras do som, qualquer definição se torna difícil. Quando John Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos da rua a atravessar suas composições, ele ventila a arte da música com conceitos novos e aparentemente sem forma.
SCHAFER, R. M. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991 (adaptado).
A frase “Quando Jonh Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos de rua a atravessar suas composições”, na proposta de Schafer de formular uma nova conceituação de musica representa a

a) acessibilidade a sala de conceito como metáfora, num momento em que a arte deixou de ser elitizada.
b) abertura da sala de concerto que permitiu que a musica fosse ouvida do lado de fora do teatro.
c) postura inversa à musica moderna, que desejava se enquadrar em uma concepção conformista.
d) “intenção do compositor de que os sons extramusicais sejam parte integrante da musica.”.
e) necessidade do artista contemporâneo de atrair maior publica para o teatro.

9) 

O objeto escultórico produzido por Lygia Clark, representante do Neoconcretismo, exemplifica o início de uma vertente importante na arte contemporânea, que amplia as funções da arte. Tendo como referência a obra Bicho de bolso, identifica-se essa vertente pelo(a)

a) participação efetiva do expectador na obra, o que determina a proximidade entre arte e vida.
b) percepção do uso de objetivos cotidianos para confecção da obra de arte, aproximando arte e realidade.
c) reconhecimento do uso de técnicas artesanais na arte, o que determina a consolidação de valores culturais.
d) reflexão sobre a capacitação artística de imagens com meio óticos, revelando o desenvolvimento de uma linguagem própria.
e) entendimento sobre o uso de métodos de produção em série para confecção da obra de arte, o que atualiza as linguagens artísticas.

10) Por onde houve colonização portuguesa, a música popular se desenvolveu basicamente com o mesmo instrumental. Podemos ver cavaquinho e violão atuarem juntos aqui, em Cabo Verde, em Jacarta, na Indonésia, ou em Goa. O caráter nostálgico, sentimental, é outro ponto comum da música das colônias portuguesas em todo o mundo. O kronjong, a música típica de Jacarta, é uma espécie de lundu mais lento, tocado comumente com flauta, cavaquinho e violão. Em Goa não é muito diferente.
De acordo com o texto de Henrique Cazes, grande parte da música popular desenvolvida nos países colonizados por Portugal compartilham um instrumental, destacando-se o cavaquinho e o violão. No Brasil, são exemplos de música popular que empregam esses mesmos instrumentos:
  1. Maracatu e ciranda.

  2. Carimbó e baião.

  3. Choro e samba.

  4. Chula e siriri.

  5. Xote e frevo.
11) O Brasil é sertanejo Que tipo de música simboliza o Brasil? Eis uma questão discutida há muito tempo, que desperta opiniões extremadas. Há fundamentalistas que desejam impor ao público um tipo de som nascido das raízes socioculturais do país. O samba. Outros, igualmente nacionalistas, desprezam tudo aquilo que não tem estilo. Sonham com o império da MPB de Chico Buarque e Caetano Veloso. Um terceiro grupo, formado por gente mais jovem, escuta e cultiva apenas a música internacional, em todas as vertentes. E mais ou menos ignora o resto. A realidade dos hábitos musicais do brasileiro agora está claro, nada tem a ver com esses estereótipos. O gênero que encanta mais da metade do país é o sertanejo, seguido de longe pela MPB e pelo pagode. Outros gêneros em ascensão, sobretudo entre as classes C, D e E, são o funk e o religioso, em especial o gospel. Rock e música eletrônica são músicas de minoria. É o que demonstra uma pesquisa pioneira feita entre agosto de 2012 e agosto de 2013 pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A pesquisa Tribos musicais – o comportamento dos ouvintes de rádio sob uma nova ótica faz um retrato do ouvinte brasileiro e traz algumas novidades. Para quem pensava que a MPB e o samba ainda resistiam como baluartes da nacionalidade, uma má notícia: os dois gêneros foram superados em em popularidade. O Brasil moderno não tem mais o perfil sonoro dos anos 1970, que muitos gostariam que se eternizasse. 
A cara musical do país agora é outra. GIRON, L. A. Época, n. 805, out. 2013 (fragmento). 
O texto objetiva convencer o leitor de que a configuração da preferência musical dos brasileiros não é mais a mesma da dos anos 1970.  A estratégia de argumentação para comprovar essa posição baseia-se no(a) 

a) apresentação dos resultados de uma pesquisa que retrata o quadro atual da preferência popular relativa à música brasileira. 
b) Caracterização das opiniões relativas a determinados gêneros, considerados os mais representativos da brasilidade, como meros estereótipos. 
c) Uso de estrangeirismos, como rock, funk e gospel, para compor um estilo próximo ao leitor, em sintonia com o ataque aos nacionalistas. 
d) Ironia com relação ao apego a opiniões superadas, tomadas como expressão de conservadorismo e anacronismo, com o uso das designações “império” e “baluarte”. 
e) Contraposição a impressões fundadas em elitismo e preconceito, com a alusão a artistas de renome para melhor demonstrar a consolidação da mudança do gosto musical popular.


12)  

Essa propaganda defende a transformação social e a diminuição da violência por meio da palavra. Isso se evidencia pela

a) predominância de tons claros na composição da peça publicitária.
b) associação entre uma arma de fogo e um megafone.
c) grafia com inicial maiúscula da palavra “voz” no slogan.
d) imagem de uma mão segurando um megafone.
e) representação gráfica da propagação do som.



Gabarito 
1  E
2  A
3  C
4  C
5  C
6  E
7  E
8  D
9  A
10  C
11  A
12  B




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